Crítica do senador Romeu Tuma estendeu-se ao ministro da Justiça ENTREVISTA a gugu na TV SÓ FAVORECEU BANDIDOS |
|
"Angustiado e revoltado" assim se manifestou
o senador Romeu Tuma (PFL-SP), ao lamentar que uma emissora de televisão (SBT, Programa
do Gugu) tenha transmitido entrevista com dois mascarados que se diziam integrantes do
Primeiro Comando da Capital (PCC), o "partido" do crime organizado. Na ocasião,
eles ameaçaram de seqüestro o padre Marcelo Rossi, o líder dos sem-terra José Rainha e
os apresentadores José Luiz Datena (Bandeirantes) e Marcelo Rezende (da Rede TV!). "Vejam o absurdo da situação. Dois mascarados são entrevistados com ameaças de seqüestro ao padre Marcelo e ao José Rainha, além de conhecidos apresentadores de TV, só para mostrar que quem manda em São Paulo é o PCC, e não o governador Geraldo Alkmin. Eles disseram isso. Quiseram desmoralizar o poder constituído. Desafiaram, ameaçaram, até com arma em punho. Mesmo que não se trate de elementos do PCC, como já descobriram as autoridades, praticaram um ato de incentivo a ações criminosas e inclusive forneceram alibi antecipado, caso o crime organizado queira se aproveitar para cometer atentados" asseverou o senador, que é corregedor e 1.° secretário do Senado Federal. O episódio foi desmascarado pela polícia como uma fraude, que envolve a produção do programa e seu apresentador. Mas, farsa ou não, Tuma acha que a entrevista não deveria ter sido apresentada, pois era exatamente isso o que queriam os criminosos. |
Ele observou que, "quanto mais espaço eles têm, de mais
poder passam a desfrutar". O Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado - DEIC, de São Paulo, descobriu que o Programa do Gugu gastou 3 mil reais na montagem da farsa. E indiciou todos os envolvidos em inquérito. Crítica ao ministro da JustiçaO senador também criticou o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, de quem se
disse amigo, por ter declarado que, no caso das invasões do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra (MST), o governo está adotando uma "tolerância estratégica".
Ao ocupar a tribuna do Senado para fazer pronunciamento no mesmo sentido, Tuma recebeu o apoio dos senadores Ramez Tebet (PMDB-MS), José Jorge (PFL-PE) e Ney Suassuna (PMDB-PB), que o apartearam. |