Internet, terra de ninguém (e dos SPAMs) Amigo leitor. Certamente você já recebeu um e-mail e se perguntou como o remetente da mensagem conseguiu seu endereço eletrônico. A resposta: você acabou de ser alvo de um SPAM. A palavra SPAM surgiu nos Estados Unidos, por volta de 1930. Tratava-se de uma carne moída ou fatiada, que possuía muitos condimentos e era vendida em lata. O termo atual pode ser uma comparação entre o que continha o enlatado e a qualidade dos correios eletrônicos não solicitados. O conteúdo dessas mensagens não pedidas e indesejáveis é dos mais variados. Vai das correntes (aquelas em tom de alerta, quando o remetente avisa que, se você não mandar a mensagem para 10 amigos, nunca será feliz na vida), passam por malas-diretas e chegam àquelas idéias mirabolantes de como ficar rico sem muito esforço. A coluna INTERNETEANDO acessou um desses sites, cujas mensagens de apresentação não foram solicitadas (eram, portanto, SPAM). Eis o título da página: "Fique horas transando e enlouqueça qualquer mulher". Depois de mais alguns títulos esdrúxulos e relatos de internautas que não tinham nenhuma credibilidade, vinha a parte final. O preço: 59 reais, por um guia que ensinava exercícios e, supostamente, levava o internauta a melhorar seu desempenho sexual. Segundo pesquisa do Ibope, o Brasil possui quase oito milhões de internautas. E os provedores de acesso afirmam que 50% dos e-mails recebidos são inúteis. Para combater essas mensagens não desejadas, que entopem os servidores e acabam com a paciência do destinatário, as empresas que oferecem serviços de "web mail" apresentam ferramentas e tentam criar antídotos. Os provedores UOL e Mandic têm seus anti-spams, que são eficazes e satisfazem as expectativas do usuário comum. Como os Estados Unidos gostam de sempre sair na frente, já estão criando barreiras judiciais para combater esse tipo de utilização piegas-comercial. O primeiro processo anti-spam foi julgado e uma empresa condenada a pagar multa de 2 milhões de dólares. Essa medida abre um precedente |
favorável às pessoas que se sentirem lesadas e
pode se tornar um modelo para novas decisões. E, no Brasil, mandar um e-mail indesejado
não é crime, por enquanto. Fica valendo aquele velho ditado: para aparecer, é preciso
ser visto. Na era digital isso tem sentido. Se uma empresa conseguir um desses
"cd-roms" que trazem milhões de endereços, sua propaganda sai quase de graça.
Para adquiri-lo, não é preciso ir longe, nem se esforçar muito. Camelôs da Rua Santa
Efigênia região central de São Paulo vendem os cds por 15 ou 20 reais. Suponhamos que um por cento das pessoas que recebem um determinado SPAM compre o tal produto ou "método sexual" (sic). Pronto, o dito cujo já terá vendido seu produto para dez mil pessoas. Isso quer dizer que sua publicidade, em resultados estatísticos, foi fraca, mas na quantidade final, levando em conta o baixo valor de investimento, seu marketing foi um sucesso. Possivelmente ganhará um bom dinheiro. E terá conseguido também entupir caixas postais e causar dores de cabeça para os administradores de servidores. CURTINHAS A Microsoft anunciou pagamento para quem ajudar as autoridades norte-americanas a encontrar autores de vírus de computador. Ao todo, a recompensa custará 5 milhões de dólares aos cofres da multinacional do Sr. Bill Gates. Parece que a empresa está cada vez mais preocupada com invasões e proliferação de vírus digitais. Todos se lembram do Napster, o precursor da troca de músicas no formato MP3. Pois bem, após muitas brigas judiciais, ele está de volta. Mas com uma grande diferença. Um dos acordos para que a ferramenta pudesse voltar a funcionar é o pagamento pelos "downloads". Ou seja, o usuário terá de desembolsar 90 cents de dólar por música baixada. Com rápidas contas, um cd com 15 músicas sai por US$ 13,50. Multiplicado por R$ 3,89, um cdzinho custará R$ 58,35. Caro, né? |