Censura "stalinista"
na tragédia coreana |
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O desastre ferroviário que matou 161 pessoas e
destruiu ou danificou 40% da cidade de Ryongchon, na Coréia do Norte, perto da fronteira
com a China, teve o dom de reacender a consciência de como age um governo comunista dos
moldes "stalinistas". Durante vários dias, o regime hereditário do ditador Kim Jong-il censurou as notícias e ninguém conseguia decifrar os fragmentos de informação que vazaram e indicavam apenas ter acontecido alguma catástrofe. Finalmente, disse que a queda de uma rede elétrica atingira um carregamento de combustíveis e explosivos. Dois trens foram pelos ares, devastando tudo num raio de 200 metros. De início, a área afetada só era vista por satélite. Quatro dias depois, a Coréia do Norte rejeitou uma oferta sul-coreana de envio emergencial, por terra, de suprimentos para as vítimas da explosão, por não achar adequado que o carregamento atravessasse a fronteira fortificada dos dois países, conforme informou a agência de notícias Yonhap. Essa posição atrasou a chegada de ajuda a milhares de pessoas. Somente ontem (30/04), uma aeronave sul-coreana com 70 toneladas de medicamentos e outros produtos foi autorizada a ingressar no espaço aéreo daquele país. Nos hospitais, não havia medicamentos, profissionais e leitos suficientes. Metade dos |
1.300 feridos era de crianças, atendidas até
sobre armários. - Vimos crianças rolando e gemendo de dor, muitas com vários cortes no rosto e com pontos malfeitos - disse Tony Banbury, diretor regional do Programa Mundial de Alimentação. Segundo a Cruz Vermelha, não são apenas elas que precisam de
assistência o mais rapidamente possível. A organização lançou um apelo para angariar
US$ 1,2 milhão que serão usados para compra de suprimentos básicos de que 10 mil
pessoas vão precisar durante um ano. |